domingo, 28 de setembro de 2008

Vai uma aí?




Pra ficar pra lá de Marrakesh...




sábado, 27 de setembro de 2008

Fauna

Quando pensamos nos animais africanos, logo nos vêm à mente os clássicos: girafa, elefante, leão, zebra. Nos safáris existe um marketing em cima de cinco animais. Eles são considerados os mais majetosos e por isso mais interessantes. Esse grupo seleto possui até nome: Big Five, ou os Cinco Grandes. São eles: o leão, o elefante, o búfalo, o rinoceronte e o leopardo. Desses, os leopardos são os mais difíceis de serem avistados, apesar de habitarem a maior parte do continente, e, por isso, foram escolhidos como mascote para a Copa do Mundo da África do Sul em 2010.

Infelizmente, nenhum desses animais vive por aqui, nas proximidades de Canga East. Entretanto, outros menos procurados, mas não menos interessantes podem ser encontrados na região.

O primeiro aí é um macaquinho que encontrei em Moribadougou, mas ele não tinha muita graça porque não estava solto na natureza. Ele fica acorrentado aí nesse poste, não sei com qual finalidade. Não gostou da nossa presença, não quis subir no nosso ombro e ficou fazendo careta... Foi divertido.



O próximo animal foi essa cobrinha que apareceu na frente do nosso dormitório. Ela era pequena, mas deu medo porque eu percebi que outras maiores também podem estar por aí e podem resolver fazer uma visitinha sem avisar.

Quando aparece cobra aqui, o pessoal do meio ambiente recolhe e solta no mato. Foi o que aconteceu.





Mas em termos de cobra, o maior medo aqui é a MAMBA NEGRA. Felizmente eu ainda não encontrei uma, então coloquei um video do National Geographic. Está narrado em inglês, mas mesmo pra quem não entende vale a pena dar uma olhada. Alguns fatos interessantes sobre a Mamba Negra:
  • É a maior serpente da África, podendo medir até 14 pés (aproximadamente 4,5m);
  • É a serpente mais veloz do mundo, podendo atingir 12mph (aproximadamente 20km/h). E ela corre atrás de humanos quando se sente ameaçada;
  • O seu nome é devido à cor da sua boca, que tem o interior completamente preto;
  • O seu veneno pode matar um homem adulto em menos de 15 minutos.




Deixando as cobras de lado, o próximo video mostra a árvore infestada de ninhos de passarinho da qual já comentei em um post anterior.







Deixei por último o animal que achei mais interessante até agora. Eu vi hoje mesmo, no meio da estrada enquanto voltava de Oueleba. É o camaleão. Bicho simpático, de movimentos lentos e meio alienigenas. Abaixo tem as fotos e um video.










É isso! À medida que eu for encontrando com outros animais, exóticos ou não, vou postando aqui.
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Um lugarzinho especial para o número 2

Banheiro recomendado para casos de prisão de ventre crônica. Sente, aprecie a vista e relaxe.


O local é afastado...

...a bacia fica no centro do banheiro, dando a devida importância a esse momento...


...e conta com vista definitiva para a serra de Simandou!

E
xistem coisas que a gente só vê na África!
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domingo, 21 de setembro de 2008

Balanço parcial


Hoje está completando três semanas que cheguei na Guiné. Um bom momento pra avaliar os prós e os contras.

O que faz falta:

  • familia
  • amigos
  • minha cama
  • meu quarto, com meus livros e minhas bugigangas
  • meu carro
  • Guiare
  • galera da cozinha - Rê, Waldete, Luizera, Pacotera, Jus, Ênio, Mari e cia
  • galera do alpendre - Bruno, Maricota, Poli e afins
  • buteco
  • TTC
  • samba
  • comida de mãe
  • Didi e Alfredo

O que não faz falta:
  • celular
  • trânsito das 18 (ou de qualquer outro horário)
  • barulho
  • lei seca
  • televisão

Em quê aqui é melhor:
  • eu não pago pra ficar bêbado

Como já era de se esperar, a balança está pendendo para as ausências. Mas tudo bem, afinal, esse é um dos motivos que me faz sair por aí: aprender a valorizar o que é meu. Sentir falta faz bem pra saúde. E muito!
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Outros tipos de acomodações

A natureza às vezes surpreende. Aqui no acampamento existe uma árvore simplesmente infestada de ninhos de passarinho. Parecem até frutos. Eles cantam o dia inteiro, parece até uma festa. São realmente muitos pássaros. E o ninho deles é muito interessante: uma bolinha de palha trançada. Externamente a palha é desfiada, e internamente eles a deixam inteira. A entrada do ninho é voltada para baixo, para proteger da chuva.

Flagrante de um pássaro chegando ao ninho com um pedaço de palha no bico

Como aqui chove muito, volta e meia um ninho cai da árvore. Às vezes tem até ovo dentro. Alguns dos ovos são azuis, muito bonitos. Quando tiver chance, vou fotografar. Esse ninho aí abaixo estava novinho, a palha ainda verde. O dono vai ter que recomeçar do zero...

Não sei vocês, mas eu fico impressionado. Como esses pássaros prenderam a fazer isso? A arquitetura me fascina até mesmo na natureza!

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sexta-feira, 19 de setembro de 2008

As acomodações

As acomodações aqui no acampamento são bem legais, especialmente se considerarmos que estou no meio do nada, longe dos centros urbanos. Todos têm quartos individuais. No meu tem banheiro, frigobar, TV, DVD, ar. Parece mesmo um quaro de hotel, mas bem pequeno.




Vista da janela do meu quarto. Agora eles estão colocando varanda na frente dos prédios... Tá melhor...



O meu quarto


Existem vários tipos de acomodações. As mais antigas são pequenas casas de alvenaria com varanda, mas sem banheiro individual. É em uma dessas que está funcionando o escritório da Geosol.


O escritório da Geosol. Françoise em homenagem à Mari.




Depois eles fizeram os containers, que também não têm banheiro. E agora estão usando os pré-fabricados, que é onde eu moro.

Escovar os dentes? Só com água mineral do Candial... Tomar banho também pode ser um problema de vez em quando. Dependendo da água a gente sai mais sujo do banho do que quando entrou, hahahaha. That´s Africa!





Aqui ainda tem o bar, o restaurante, a sala de treinamentos e estão construindo uma campo de futebol, outro bar perto do restaurante e um cinema a céu aberto. Também já ouvi comentários que eles vão construir uma quadra de basquete, mas ainda não começaram.



O bar, onde tudo é liberado - cerveja, água, refri, energético, vinho e até champagne... é só chegar e pedir. E ainda tem mesa de sinuca (Rê, você tem que vir jogar uma sinuquinha aqui... ia fazer o maior sucesso) e TV


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quarta-feira, 17 de setembro de 2008

Kit anti-malária

A malária é um assunto sério na África equatorial. E a malária daqui é muito grave, mata com certa facilidade. Quando a gente chega ao Projeto Simandou, recebemos informações sobre a doença e esse kit com produtos para prevenir a doença. O kit tem repelente para pele, repelente para roupas, bracelete de citronela, inseticida de tomada, Malarone (remédio que deve ser tomado todos os dias para amenizar os efeitos da doença caso seja contaminado). Tudo isso vem dentro dessa sacolinha vermelha.
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Além disso, uma latinha de água tônica por dia - ou mais, se quiser - é bastante recomendado porque contém quinino. E eles também recomendam mangas compridas pelo menos de manhã e de noite, que são os momentos que o mosquito pica, e sempre dormir com rede para mosquitos.


Se você vai viajar e quer saber se o seu destino é um local de risco de malária e sobre as medidas de prevenção, acesse o site do Departamento de Saúde e Serviços Humanos do governo americano (texto em inglês ou espanhol).

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terça-feira, 16 de setembro de 2008

Moribadougou

No domingo, dia 14/09/2008, fui até Moribadougou - leia-se Moribadú - para comprar uniformes junto com o Rogério, técnico de segurança, e o Souare, local contratado como motorista. Foi bem legal. Domingo é dia de feira lá. As pessoas saem de toda a região para vender seus produtos ali. O que mais se encontra é roupa: todas usadas, a maioria suja. Acho que essas roupas são provenientes de doações de outros países. Ali é possível encontrar várias marcas famosas: Gap, Levis, Polo, Malboro etc. Até C&A eu vi.



Eu e Seidou, o filho do Souare



Eu e o Rogério

Além de roupas, tinha algumas pessoas vendendo comida (preparada ali mesmo, sem nenhuma higiene), utensílios de plástico (baldes, potes e afins, sempre bastante coloridos) e quinquilharias em geral (pilha, bala, chiclete, barbeador, sabão em pó... tudo quanto há). Me impressionou muito o fato de não existir absolutamente nenhum tipo de artesanato. Nada. Niente. Esse povo não produz nada. Nos campos não se vêem plantações, a não se para subsistência. É bem estranho poque o solo é fértil, muito parecido com o de Minas Gerais, terra vermelha.


Desde o dia em que cheguei estava alucinado pra conhecer as casinhas de barro com telhado de palha: as tee-boms. Pedi pra conhecer a do Souare. Ele mesmo a construiu. Ele me explicou que eles retiram o barro, fazem tijolos grandes e assentam esses tijolos com o próprio barro - o famoso sistema de adobe. Depois eles fazem a estrutura do telhado ainda no chão e, quando pronta, a transportam para o alto da casa e a amarram. Depois é só cobrir com palha e pronto.






Cozinha do Souare ainda não concluída



Telhado visto por dentro




Souare e eu dentro da tee-bom dele


Nós compramos um pacote de balas e outro de pirulito pra distribuir pra criançada. Vixi... eles fizeram a festa. Pena que isso não resolve o problema deles...




Eu saí de Moribagoudou bastante impressionado. Sei que no Brasil existem pessoas vivendo em condições até piores, mas normalmente não temos contato tão direto assim. Eu tive que vir parar na África para ver essa miséria de perto. Por outro lado, dá um pouco de raiva porque eles não produzem nada. Artesanato é algo que é possível de ser feito com baixo ou até zero custo. Sei que aqui não tem turistas para comprar souveniers, mas que eles façam outro tipo de artesanato, utensílios: panelas de barro, espanadores, cinzeiros, vassouras, sei lá... Pelo menos começariam a movimentar a economia local.

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sexta-feira, 12 de setembro de 2008

Me mandei pra Simandou

Na manhã do dia 01/09/2008 parti para Beyla. Antes fui trocar dinheiro. Tinha US$1500,00 (pena que não era meu... não sou rico assim, rs... estava levando pra empresa). Isso dava um bolinho de dinheiro. Saí de lá com uma sacola - isso não é força de expressão - uma sacola de dinheiro. Eu estava com quase 7.000.000,00 de Francos da Guiné. Você já andou por aí com 7 milhões nas mãos? Eu já.
Uma sensação bem engraçada circular com uma sacola de dinheiro na meio de rua...hahaha. O pior é que troquei esse dinheiro em uma espécie de camelô na rua, com todo mundo vendo. Fizeram até rodinha em volta de mim. Só fiz isso porque estava com o Mohamed, ele disse que não tinha problema e que a taxa de câmbio é melhor na rua. Mas admito que estava com medo...
























Então, Taciane, não vai dar pra levar o que te prometi. Um país com uma moeda tão desvalorizada nem sabe o que é moedinha. Lembra do Brasil antes do Real? Pois é... Mas eu postei aí as fotos de algumas notas da Guiné, as mais baixas. São bastante coloridas e com motivos bem africanos. Gostei!

Abaixo seguem algumas fotos do vôo entre Conacri e Beyla, que é feito por um avião pequeno da própria Rio Tinto.






Uma vila no meio do caminho. Pena que a foto não ficou muito boa.


Imagem de uma vila aqui pertinho que eu tirei do Google Earth.

Na foto acima, cada pontinho é uma casa. Elas são feitas de barro, com planta circular e têm o telhado de palha em forma de cone. Igual a gente vê em filme. Quando eu tiver oportunidade, vou fotografar e postar aqui. Já sei que elas são chamadas de Tee-Bom pelos locais (tee é o nome da planta que usam no telhado; bom é casa).

Aí em baixo estou mostrando a localização aproximanda do acampamento (esse ponto branco). Fica perto de Beyla. Essa parte circulada em vermelho é a Serra de Simandou, onde estão sendo feitas as perquisas minerais para extração de minério de ferro. Quem quiser saber mais sobre o Projeto Simandou, visite o site da Rio Tinto.



O pior é saber que daqui a alguns anos essa paisagem vai ser completamente diferente, e que a Serra de Simandou vai ser como a Serra do Curral, só uma casca. Ou nem isso... Então se você sempre sonhou em conhecer a Serra de Simandou, vem agora, hahahaha. Tem aí umas fotos da montanha.

Não é muito diferente das Minas Gerais...

Eu no alto da serra. Dá pra ver o acampamento lá embaixo.

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