quinta-feira, 12 de novembro de 2009

Rapa Nui

Localizada no Oceano Pacífico, a meio caminho entre a América e a Oceania, a Ilha de Páscoa - ou Rapa Nui - é um dos vértices do triângulo que delimita a Polinésia e é a região habitada mais isolada do mundo. Apesar de ser território chileno desde 1888, a ilha não absorveu muito da cultura latina ou andina, mantendo o estilo de vida polinésio, ainda que misturado a outras influências. Tanto é assim que a chegada ao aeroporto Mataveri é acompanhado de um colar de flores, bem ao estilo havaiano.




A principal atração da ilha são os moais, imensas estátuas de pedra que variam de 2 a 22 metros (altura aproximada de um edifício de sete andares). Ainda existem muitas controvérsias a respeito da origem dos moais e dos motivos que levaram à sua construção. Especula-se que a construção dos moais seja datada de 1250 d.C. até 1500 d.C. e que eles seriam uma oferenda aos deuses, uma maneira de acalmá-los para que não causassem maremotos ou erupções vulcânicas.


Moai solitário de algum ahu


 
E as incertezas continuam. O transporte dessas estátuas desde o vulcão Rano Raraku (de onde era extraída a rocha) até os ahus (plataformas de rocha onde os moais eram erguidos) ainda continua sendo um mistério. Alguns defendem que esse transporte era feito misticamente, pelo poder do pensamento dos líderes espirituais. Outros pregam a participação de alienígenas no processo. Existem ainda os mais céticos, que sugerem o uso de troncos roliços sobre os quais os moais eram deslizados.




Os ahus localizam-se no perímetro de toda a ilha, sempre próximo ao mar. Para visitá-los, o melhor é contratar algum morador local para que o leve aos diversos ahus. Se der sorte, essa pessoa poderá falar um pouco sobre a história dos moais. Esse tipo de serviço pode ser contratado nas pousadas. Outra opção é alugar um veículo - carro ou scooter - e percorrer a ilha por conta própria.




Ahu Tongariki


Escala humana ho Ahu Tongariki

 
Outra atração de Rapa Nui - que significa "Ilha Grande" em rapa nui, o idioma local - são os vulcões. A própria ilha foi formada pelas erupções de três vulcões: Rano Raraku, a leste, Rano Kau, a sudoeste, e Rano Terevaka, ao norte. A visita aos dois primeiros é muito tranquila, sendo possível chegar de carro até bem próximo e completar o trajeto com caminhando (grau de dificuldade baixo). O Terevaka, no entanto, localiza-se em uma região em processo de erosão avançada, o que dificulta o acesso ao vulcão. O passeio só é possível a cavalo e com o acompanhamento de um guia local que conheça bem a região.


Cratera do Rano Kau

O vulcão Rano Raraku fica dentro do Parque Nacional Rapa Nui, que cobra uma pequena taxa de entrada. Esse valor dá direito a visitar o vulcão, o local de extração dos moais (onde é possível ver alguns moais inacabados) e as ruínas da Aldeia Cerimonial de Orongo, que fica nas proximidades do vulcão Rano Kau.





As atrações da ilha são todas muito bem sinalizadas




Local de onde se extraíam os moais em Rano Raraku: moais abandonados no meio do caminho





 
A única cidade existente na ilha é Ranga Roa. É, na verdade, um pequeno povoado de ruas largas e sombreadas, e com construções que mais parecem de brinquedo (as paredes são de eucatex... dão a impressão que vão desmontar a qualquer momento). Na rua principal é possível encontrar bons restaurantes, mas prepare-se para pagar caro por uma boa refeição. Aliás, os preços em geral são bastante salgados, chegando a equiparar com os praticados na Europa. Alguns restaurantes oferecem oferecem um pacote de show típico polinésio seguido de jantar típico.



Ranga Roa vista do alto de uma montanha






Rua principal de Ranga Roa






Show típico

Alguns místicos consideram a ilha o umbigo do mundo. Existe, inclusive, uma rocha que representa o exato ponto do umbigo. Essa rocha é denominada Te pito o te henua (que significa "umbigo do mundo" em rapa nui). Ao se colocar uma bússola sobre essa rocha, a agulha gira completamente desorientada. Vale a pena levar uma bússola e comprovar!




No umbigo do mundo

Em termos de praia, não espere encontrar um paraíso tropical. Apenas uma delas tem areia, as demais são praias de pedra. As ondas não são altas, ou seja, não se incomode em levar sua prancha de surf. A cor do mar, no entanto, é de um azul escuro muito bonito: o próprio azul marinho.


A única praia de areia da ilha - poderia ser cenário para a propaganda do Prestígio


Praia de pedras, típicas da ilha


Não são necessários muitos dias para se conhecer a ilha. Três dias é suficiente, mas se quiser aproveitar o fato de estar no local habitado mais isolado do mundo e ficar de papo pro ar por mais um dia, apenas para aproveitar a sensação, será uma boa pedida e certamente não se arrependerá.




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